
A falta de infraestrutura rodoviária e portuária para o escoamento da produção e a burocracia excessiva do Estado para a concessão de licenças ambientais foram colocadas entre as principais necessidades do setor capixaba de rochas ornamentais durante a segunda reunião ordinária da Comissão Especial de Rochas Ornamentais. Para falar sobre o tema, o colegiado recebeu nesta terça-feira (31), o presidente do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais do Estado, o Sindirochas, Samuel Mendonça, e ao diretor executivo da entidade, Romildo Ribeiro Tavares.
Outro problema apontado pelo presidente do Sindirochas foi falta de apoio do poder público ao setor capixaba que, segundo ele, representa 80% da produção brasileira do gênero. “O setor só quer trabalhar e nos sentimos órfãos do poder público”, afirmou Mendonça, acrescentando como resultado da situação, a crescente evasão de empresários capixabas para outros estados.
“O que preocupa ao Sindirochas são as oportunidades que estão surgindo em outros estados do país. Os empresários estão sendo atraídos pelas diversas facilidades em outras regiões do Brasil, pela agilidade no licenciamento e nas concessões, principalmente no sul da Bahia e em Minas. Também no Ceará já migraram uns 15 empresários capixabas”, contou Mendonça.
O sindicalista também apontou soluções: “Temos que criar demandas dentro do Estado, o setor não é divulgado. E sabemos, quem não é visto, não é lembrado”, ponderou o presidente, sugerindo ainda que “poderia ser dado um desconto no IPTU, por exemplo, para aplicação de rochas ornamentais em calçadas cidadãs”.
Sobre a falta de infraestrutura, Mendonça destacou a importância da criação de uma logística em portos, aeroportos e rodovias. “Nós trabalhamos com muita insegurança”, afirmou. “Este é um setor altamente empreendedor, muito globalizado, mas que enfrenta muitos problemas locais”, arrematou o diretor executivo do sindicato, Romildo Ribeiro Tavares. O diretor também ressaltou a realização da feira de rochas e Granitos, considerada a terceira maior do mundo. “É fundamental a manutenção dessa feira. O turismo de negócios gerado por ela é importante para o Estado”, defendeu. O presidente também pontuou dificuldades em relação ao evento. “Nossa feiras são um sucesso, mas falta infraestrutura, em Cachoeiro não há aeroporto, o frete é caro se comparado ao Rio de Janeiro, falta investir em logística” frisou.
O presidente da Comissão, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), agradeceu os depoimentos afirmando que “o colegiado trabalha para conhecer os anseios e necessidades do setor e com base neles pode avançar”. A opinião foi compartilhada pelo deputado Freitas (PSB). “Não tenho dúvidas de que esta comissão vai contribuir muito para a estruturação e o desenvolvimento de setor, por isso é importante que sejam trazidas estas demandas”, disse.
Também estiveram presentes na reunião os deputados Marcos Mansur (PSDB) e Da Vitória (PDT). O parlamentar pedetista afirmou conhecer pessoas que perderam fortunas por investir no setor e esbarrar na burocracia. “O governo precisa centralizar, dar uma atenção especial a este segmento. É necessária a criação seja de uma secretaria, uma diretoria ou uma superintendência, um órgão que cuide dos interesses de setor”, finalizou.
Fonte: Luísa Bustamante/ Web Ales