O aumento da violência associada ao tráfico e uso de drogas em Linhares foi tema de audiência pública conjunta das comissões de Política sobre Drogas e de Assistência Social. O evento foi realizado no município pela Assembleia Legislativa, na noite desta quinta-feira (26/11/2015).
O promotor Fernando Petrungaru, que atua na 3ª Promotoria Criminal de Linhares, informou que, nos últimos seis meses, tramitaram por seu gabinete mais de 600 inquéritos que se referem a envolvidos com o tráfico e uso de drogas. “São mais de 100 inquéritos por mês. É um índice muito elevado e precisamos de medidas urgentes para enfrentar esse problema”, defendeu.
Segundo Petrungaru, apesar desses números “alarmantes”, Linhares ainda não dispõe de um delegado exclusivo para tratar do tráfico de entorpecentes. “Linhares e Sooretama (município vizinho) somam cerca de 200 mil habitantes e um número de promotores e juízes idênticos ao de Colatina, que tem 80 mil residentes a menos. Peço ao governador do Estado que reforce nosso quadro de promotores e juízes”, destacou.
O comandante do 12º BPM de Linhares, tenente-coronel Alex Voney, afirmou que a corporação tem cumprido a sua parte no combate ao crime na região de Linhares. Mas observou que é preciso aliar a isso investimentos em programas sociais e prevenções às drogas.
O coordenador da área de inteligência do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (Iases), Carlos Henrique Barbosa, reforçou as palavras de Ribeiro e afirmou que, no instituto, há crianças 12 e 13 anos recolhidas devido a envolvimento com drogas e à participação em facções criminosas.
De acordo com ele, na unidade do Iases em Linhares há 270 adolescentes internados, uma superlotação para um espaço que deveria ter, no máximo 97 internos. “Sessenta e oito por cento não teve convivência paterna, mais de 30% não estavam na escola. Oitenta por cento dos homicídios cometidos por esses adolescentes é devido ao tráfico”, informou.