A Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa-ES) investiga quatro casos suspeitos de varíola bovina em humanos. Todos os casos foram identificados no Norte do estado. O município não foi informado.
No Espírito Santo, o levantamento mais recente da Sesa mostra que 24 vacas estão com a doença no estado e outros 10 casos em bovinos são monitorados. Além dos animais, quatro casos em humanos são investigados.
A varíola que contamina bovinos é causada por um vírus diferente da varíola humana, que não é registrada no Brasil há mais de 40 anos.
O secretário estadual de saúde, Nésio Fernandes, disse que o Instituto de Defesa Agropecuária – o IDAF – e técnicos de vigilância em saúde estão acompanhando animais e pacientes.
“O isolamento desses pacientes e com o impedindo a comercialização do leite desses produtores, a gente consegue fazer um bloqueio eficiente e não há risco de epidemia. As medidas tomadas junto com o Idaf têm sido suficientes para poder bloquear a transmissão nesse foco já localizado no estado do Espírito Santo”, afirmou o secretário.
O presidente da Associação Brasileira de Patologia Veterinária no Espírito Santo, Breno Salgado, explicou que o vírus da varíola bovina pode ser tanto transmitido de bois para humanos, quanto de humanos para bovinos. Não há transmissão de humanos para humanos. A doença provoca lesões e ferimentos na pele.
“Eventualmente você tem casos de varíola de animais que podem ser transmitidas para o ser humano. É importante ter claramente que a varíola do animal para o ser humano não é a volta da varíola humana”, alertou Salgado.
O contato com as vacas durante a ordenha é o meio mais comum de transmissão do vírus do animal para as pessoas.
“No ser humano é muito mais frequente, nesses episódios, encontrar lesões nas mãos, exatamente por causa de utilizar as as mãos para tentar contato com o animal”, disse Breno.
A associação, entretanto, considera alto o número de animais doentes no estado e informou que o último surto de varíola animais foi no começo dos anos 2000. A Sesa afirmou que a doença está controlada e que não há risco do vírus se espalhar pelo estado.
“Todas as medidas de bloqueio já foram adotadas. Os animais também estão em observação, em isolamento, não é necessário fazer o sacrifício. Então, não é necessário que a população tenha qualquer tipo de preocupação, porque as autoridades sanitárias e a vigilância de saúde animal também já tomaram as providências”, contou Nésio.
A doença não é grave, mas a recomendação de especialistas é que pacientes com baixa imunidade ou doenças crônicas procurem um médico.
Fonte: g1-es