
Uma organização criminosa que vendia documentos falsos para foragidos da justiça foi desarticulada pela Polícia Civil de Aracruz, Norte do Estado. De acordo com o titular da Delegacia de Infrações Penais e Outras (DIPO), delegado Ricardo Monteiro de Toledo, o grupo atuava fornecendo documentos, como certidões de nascimento e registro de identidade, desde o início de 2013, por valores que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 8 mil.
“A organização possuía membros que atuavam no serviço de identificação da Policia Civil, em um Ofício de Registro Civil e Tabelionato de Notas e em um escritório de advocacia onde vários advogados da Grande Vitória atendiam”, informou o delegado.
Toledo explicou como funcionava o esquema. “O empresário Márcio do Carmo Nogueira possui um escritório na Serra onde oferece cursos profissionalizantes e também serviços de consultoria jurídica. Vários advogados atendiam no local. Ele era encarregado de arrumar os compradores.
A funcionária de um cartório em Coqueiral, Jeane Devens Alvarenga, era quem confeccionava as certidões de nascimento. Essas certidões eram entregues a Wagner Querino Muniz, servidor municipal de Aracruz, cedido ao serviço de identificação da Polícia Civil. De posse das certidões, Wagner fazia a coleta de digitais, o preenchimento de fichas cadastrais e a juntada dos demais documentos e enviava para o Instituto de Identificação da Polícia Civil, em Vitória, que emitia as carteiras de identidade”, contou.
O esquema foi descoberto após diversas prisões, inclusive de um criminoso condenado a quase 80 anos de prisão mas que, graças ao documento falsificado, não possuía qualquer crime registrado em seu nome.
A polícia ainda não sabe precisar o número de identidades falsas que foram negociadas no período de 2013 até outubro de 2015.
Foram presos Márcio do Carmo Nogueira, Wagner Querino Muniz e seu filho, Marcos Aurelio Lopes. A funcionária do cartório Jeane Devens Alvarenga está foragida.
Os detidos foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Aracruz. Eles poderão ser indiciados por corrupção, organização criminosa, falsificação de documento público e inserção de dados em sistemas informatizados. A pena varia de 10 a 43 anos de prisão.
Fonte: gazetaonline