CPI do Guincho convoca policial acusado de abuso no município de Serra

-

imagesUm policial militar acusado de abuso de autoridade pelo empresário Nelisson Miranda dos Santos, ouvido pela CPI do Guincho como testemunha na sessão desta segunda-feira (25), será convocado para depor na sessão do próximo dia 22 e poderá ter sua prisão pedida pela Comissão, devido a ameaças feitas à testemunha, para que não comparecesse para depor.

O presidente da CPI, deputado Enivaldo dos Anjos, considerou grave o relato feito pelo empresário, que informou ter o soldado PM Vinicio Rocha, que trabalha na Patrulha da Comunidade, o ameaçado se comparecesse para depor sobre os fatos ocorridos no dia 13 de fevereiro de 2015, no município de Serra, quando o policial, “mesmo não tendo encontrado nenhuma irregularidade no seu carro”, o ameaçou de ser algemado e preso, se ele resistisse ao guinchamento do veículo.

O empresário narrou detalhes da ocorrência para os deputados e disse que nem mesmo a um coronel, que tentou intervir, o soldado obedeceu. “Quando a comissão começou seus trabalhos, ele mandou um recado que, se eu viesse aqui depor, era para não pisar na Serra”, disse Nelisson, para espanto do promotor Fábio Lanza, que acompanha os trabalhos representando o Ministério Público e pediu à CPI cópias de todos os documentos entregues pelo empresário e do depoimento prestado nesta segunda-feira.

A sessão teve mais dois depoimentos. No primeiro, a secretária municipal de Segurança de Vila Velha, delegada Fabiana Maioral, explicou que não são guinchados carros que ocupem vagas no estacionamento rotativo da cidade sem o tiquet do parquímetro.

“O contribuinte recebe uma notificação com prazo para recolher três vezes o valor do estacionamento”, disse ela. Os deputados pediram vários documentos à secretária e notaram o diferencial no tratamento dado por Vila Velha aos seus munícipes em relação a Vitória, mas reprovaram o fato de a prefeitura não ter controle sobre o total que é arrecadado pela empresa Estapark, que administra os parquímetros, apesar de parte dos recursos serem destinados aos cofres públicos.

“Pelo jeito, vamos ter que pedir o cancelamento desses contratos, porque o poder público do Espírito Santo não tem o menor controle sobre esses serviços”, disse o deputado Enivaldo dos Anjos.

O depoimento do tenente-coronel Aldoete Guedes Santana, que comandou o 10º Batalhão da Polícia Militar em Guarapari, acabou sendo frustrante para a CPI. Escoltado por outro oficial, pois cumpre pena de mais de 10 anos de reclusão, segundo ele, “num processo movido por perseguição por ter acabado com blitze realizadas em Guarapari, a pedido do próprio comando da corporação, entre 2003 e 2004”, o oficial pouco esclareceu dos fatos.

Aldoete foi convidado para depor, depois que a mulher dele procurou os membros da CPI do Guincho para dizer que seu marido havia sido condenado por enfrentar um sistema de corrupção em Guarapari. O máximo que o tenente-coronel informou foi que, na época, o Serviço de Informação da PM abriu um processo interno e ouviu donos de guinchos de Guarapari, que teriam denunciado sofrer extorsão por parte de policiais do trânsito do município.

Ele entregou também à CPI vários documentos, dentre eles, uma carta que recebeu do então capitão Bomfim comemorando sua condenação. Bomfim era o oficial que chefiava a área de trânsito em Guarapari, segundo o tenente-coronel. Por conta das evasivas, o representante do Ministério Público pediu cópias dos documentos entregues à CPI e ofereceu ao tenente-coronel a oportunidade de prestar depoimento, em caráter sigiloso, ao Ministério Público.

Na próxima segunda-feira (22), além do soldado Vinicios Rocha, a CPI do Guincho vai ouvir também os secretários de segurança de Serra e Cariacica e o cidadão José Estêvão Gomes, que se ofereceu para denunciar fatos ocorridos em Cachoeiro de Itapemirim.

Foto Antonio Carlos Sessa (Tonico) (1) Foto Antonio Carlos Sessa (Tonico) (5)

-

Related Posts

Erro › WordPress