“É inadmissível que uma cidade daquele tamanho, com tanta movimentação econômica, continue sujeitando sua população e as pessoas que a visitam a um tratamento tão degradante”. Assim o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) justifica o pedido que fez ao Governo do Estado para que estabeleça parceria com o município de São Mateus para construir um novo e moderno terminal rodoviário na cidade.
Quem utilizar o transporte intermunicipal hoje em São Mateus tem que se sujeitar a usar uma das duas paradas de ônibus operadas por duas empresas – Viações Águia Branca e São Gabriel – em locais diferentes. Outras companhias utilizam uma das duas paradas como suporte. As duas estão no centro da cidade, contribuindo para o caos na circulação de pessoas e veículos.
“A parada mais usada está na Praça Mesquita Neto, foi construída em 1964 pela Viação Itapemirim e depois cedida para a Águia Branca. Faz lembrar a antiga rodoviária de Vitória, que a Itapemirim construiu na Praça Misael Pena e que, felizmente, foi extinta em 1979, quando foi inaugurada o novo e ainda moderno terminal da Ilha do Príncipe”, comparou Enivaldo.
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
Numa pesquisa sobre as mudanças ocorridas nas cidades, o deputado argumentou, ao encaminhar a indicação ao governador Paulo Hartung (PMDB), que São Mateus tinha apenas 40 mil habitantes quando o ponto de ônibus da Itapemirim foi construído.
“Hoje, é uma das cidades que mais crescem no Estado, sendo a sétima maior população, com 128 mil habitantes e tendência de chegar a 300 mil em dez anos. É preciso preparar a infraestrutura para isso”, observou.
Quando o terminal foi construído, em 1964, sequer havia sido descoberto petróleo em São Mateus – jorrou pela primeira vez em 1967, “mudando o perfil geográfico capixaba, notadamente nos aspectos populacionais e econômicos”.
O Espírito Santo tinha 1,2 milhão de habitantes em 1960, quase a metade na região Sul. Hoje, são 4,086 milhões, a metade na Grande Vitória e uma grande concentração nos municípios do litoral Norte, somando mais de 400 mil habitantes entre Aracruz e São Mateus.
“Já faz anos que o município demanda uma revitalização urbana, com intervenções do Detran para redimensionar a circulação de veículos, bem como ações da municipalidade para dar a São Mateus o aspecto de cidade progressista que de fato é”, disse Enivaldo.
Na indicação encaminhada ao governador, Enivaldo observou que a municipalidade já dispõe de uma área reservada, suficientemente espaçosa, no bairro Rodocom, às margens da Rodovia Governador Mário Covas (BR 101), para a construção de um terminal rodoviário “que ofereça conforto à população da cidade e aos turistas que acorrem às suas praias em épocas de feriados e festivas e possa concentrar a operação de todas as empresas de transporte coletivo, podendo, ainda, comportar um terminal de integração com o sistema de transporte coletivo municipal”.
“Centenas de ônibus de pelo menos 10 empresas de transporte coletivo acorrem para a cidade, principalmente procedentes de Minas Gerais, sem contar aqueles que estão em trânsito entre o Nordeste e as capitais da região Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo, e que precisam entrar na cidade para o embarque de passageiros, em condições precárias, quando isso poderia ser feito de forma otimizada, confortável e em perfeita segurança, no novo terminal”, acentuou.
CRESCIMENTO
Enivaldo ainda salientou que o crescimento demográfico e a demanda por serviços públicos de transporte e recepção de visitantes tende a crescer rapidamente, diante de novos investimentos que estão previstos pela Petrobras na exploração de petróleo e gás em seu território, além da previsão, feita pelo próprio Executivo Estadual, de construção do Superporto da PetroCity em Urusssuquara, gerando empregos diretos e indiretos, através da atração de outros investimentos associados.
“Impossível admitir que se continue com seu sistema de circulação e transportes arcaico, remontando aos anos 60, daí a necessidade de intervenção cooperativa do Governo do Estado, para a construção de um terminal rodoviário moderno, em área para isso já reservada pela municipalidade, em local adequado, liberando-se as áreas atuais para a circulação de pedestres e o lazer de crianças, adultos e idosos”, disse Enivaldo.
Para o deputado, o poder público não tem que ser agente econômico, mas fomentador do desenvolvimento: “São Mateus precisa de uma rodoviária moderna, com 30 ou 40 plataformas, com áreas específicas para embarque e desembarque, áreas para alugar aos postos de venda das empresas e um shopping para instalação de lojas, descentralizado. É possível construir um terminal moderno, com pouco dinheiro público, mas com orientação e parceria entre os poderes públicos e a iniciativa privada”.