CPI da Sonegação vai ouvir funcionários da Petrobras e ex-servidor do TCE

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XYKO PNEUS
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Nas próximas sessões, deputado Enivaldo dos Anjos quer ouvir também ex-presidente do Tribunal de Contas e atual secretária da Fazenda Servidores e advogados da Petrobras, um servidor da Fibria (ex-Aracruz Celulose) e um ex-servidor do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo serão convidados pela CPI da Sonegação de Tributos da Assembleia Legislativa, para a sessão da próxima terça-feira (2 de junho).

Serão convocados, por sugestão do deputado Guerino Zanon (PMDB), os funcionários da Petrobras Antonio Carlos Freitas (advogado), Edilson Altoé e Gilcimar Luiz Vossa, a advogada Gabriela Milbratz Fioroti, que advogou para a Petrobras entre 2006 e 2007, o funcionário da Fibria Edjarbas Guerra Neto e o ex-servidor do Tribunal de Contas Romário Martins de Oliveira.

Com isso, a Comissão retoma seu rumo de investigar, diretamente, grandes empresas e as ocorrências relacionadas às Operações Em Nome do Pai, em dezembro de 2012, e Derrama, em janeiro de 2013, que levaram à prisão dezenas de ex-prefeitos, servidores municipais e empresários.

Na próxima sessão, por sugestão do presidente da Comissão, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), será deliberada a convocação do conselheiro Carlos Ranna, presidente do Tribunal de Contas na época das duas operações, e a secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, em função de recente publicação no Diário Oficial da concessão de benefícios fiscais a grandes empresas, especialmente à Fibria.

“Vamos trazer aqui a secretária da Fazenda porque foram publicados dois atos no Diário Oficial dando à Fíbria e outras empresas privilégios fiscais que contrariam a alegada crise financeira do Estado. São empresas que não pagam ICMS e ainda têm, como crédito, os valores desses impostos para troca com outras empresas. Só com a Fibria o Estado abre mão de receitas de quase R$ 800 milhões. Outras empresas capixabas não têm esse privilégio”, questionou Enivaldo dos Anjos.

XYKO PNEUS Durante o seu depoimento, o empresário e ex-senador Francisco José Gonçalves Pereira negou as acusações feitas por Leopoldo, disse que continua amigo do juiz, amizade feita através da Adhonep (Associação dos Homens de Negócio do Evangelho Pleno), mesmo vínculo que o ligou ao advogado Beline Salles Ramos, segundo disse, e que todas as acusações feitas contra ele há 10 anos, que o levaram a ficar preso por 105 dias, caíram por terra.

O ex-senador entregou à Comissão as decisões judiciais relacionadas a todas as denúncias, “baseadas em insinuações genéricas”, todas rejeitadas pela Justiça. “Hoje, sou um homem doente e quebrado financeiramente, por causa de acusações infundadas, depois de ser um empresário de reputação”, disse Francisco José, com dificuldades por causa dos efeitos do Mal de Parkinson.

Xyko esclareceu também a ligação da mulher do juiz Antonio Leopoldo, Roselene, para ele em Brasília, quando senador, e mostrada na CPI pelo deputado Theodorico Ferraço. O empresário esclareceu que havia conseguido junto ao Ministério da Justiça a extradição do juiz e sua família para o Canadá, em troca de delação premiada sobre o crime organizado no Espírito Santo, e que naquela oportunidade a mulher do magistrado havia ficado apavorada com uma carta que Leopoldo mandou para ela.

Xyko confirmou que Leopoldo foi tirado da cela no quartel de Maruípe numa madrugada pelo delegado Danilo Bahiense e levado ao gabinete do desembargador Pedro Valls com o fim de prestar delação premiada, mas que mudou de ideia. “Ele havia dito que sabia, depois que não sabia, e não falou nada. Não houve nenhum constrangimento a ele, eu presenciei esse processo como amigo dele e tinha uma relação com o desembargador na condição de parlamentar. A única coisa que eu buscava, e sempre deixei isso claro, era a verdade. Naquela época, Leopoldo ficou uns dias num hotel. Acho que o que o delegado e o desembargador queriam também era a verdade sobre o crime organizado, porque achavam que o Leopoldo sabia das coisas”, disse o depoente.

O que o ex-senador não confirmou foi a informação de que ele pagaria as contas que Leopoldo estava deixando para trás e ainda daria uma quantia em dinheiro ao ex-juiz. “Isso nunca existiu”, disse Xyko, que confirmou também ter constituído, com Beline Ramos, uma empresa para comercialização de tecnologias e que tentou vender um software criado pelo desembargador Pedro Valls: “O produto era bom, isso eu garanto, mas levei ao Rio de Janeiro e eles enrolaram e não compraram. Depois, fui ao Paraná oferecer, mas não evoluiu. Não deu em nada”. Francisco José disse que continua amigo do advogado Beline Ramos: “O ministro da Justiça um dia me disse que era para eu me afastar do Beline, porque havia um dossiê contra ele em todo o Brasil, porque eu iria para a vala junto com ele. E eu disse: então, eu vou para a vala, porque sou amigo dele. Hoje, dez anos depois, todas as acusações contra ele também foram rejeitadas pela Justiça. Infelizmente, vivemos num País que destroi as pessoas antes de ter provas contra elas”.

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